segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O moderno e o Global

O moderno e o global
Por Guido A. Michelin*


Modernidade e globalização são duas das palavras mais empregadas nos últimos tempos, quase sempre com referência ao final do milênio e ao próximo século XXI.
O Rotary, na sua qualidade de organização de serviço com quase um século de existência, não pode permanecer alheio a essas considerações.
Em nível macro nossa Instituição mantém uma organização eficiente que proporciona conexões mundiais a todos os seus clubes, criando uma rede de solidariedade mais ampla e estruturada que uma Organização Não Governamental - ONG, possa oferecer.
A instrução que dá, anualmente, a todos os seus governadores, permite lançar programas e idéias que serão postas em prática em cada um dos milhares de clubes rotários.
O funcionamento dessa ampla e coordenada rede permite que o Rotary esteja presente em quase todo o mundo, presença que tem acontecido fazem já cerca de 100 anos.
A organização burocrática do Rotary é muito boa. Logicamente deverá ter-se o maior cuidado em não sobrecarregar os rotarianos com tarefas burocráticas, a não ser aquelas absolutamente necessárias. Todos nós somos rotarianos porque compartilhamos o ideal moral e solidário que o Rotary nos oferece como base de ação e não porque tenhamos sonhado em pertencer a uma organização burocrática, mais ou menos perfeita. Por esse motivo é nosso dever, e especialmente de nossos diretores, ter o cuidado para que a burocracia rotária não siga o caminho fácil de se auto-alimentar com papéis, resoluções e formulários. Já Dom Quixote de La Mancha aconselhava ao seu escudeiro Sancho Pança, "Poucas pragmáticas Sancho, porém, que sejam cumpridas".
No macro temos pois, dois elementos-chave: organização e tradição, com base nos quais podemos manter funcionando nossa instituição em todo o mundo.
Descendo a pirâmide, temos os clubes. Eles são os vasos comunicantes entre toda a força da idéia/ação rotária com os destinatários dessa ação institucional.
Os clubes, suas comissões e cada um dos sócios são, em última instância, os verdadeiros responsáveis para que o Rotary se mantenha vigoroso, atualizado, informado; em suma, moderno, e que acompanhe como organização de serviço a evolução de nossas sociedades.
Assim o tem feito em toda a sua existência, porém, hoje, à luz das mudanças impulsionadas pela globalização que se obteve por intermédio das comunicações, o esforço é maior. Cada clube está devidamente capacitado para receber o impulso de todos os segmentos que movem as sociedades graças à sua integração, uma vez que devem ingressar nos mesmos representantes de diversas classificações.
Visto sob a diversidade de seres humanos, na qual convivem democraticamente sócios de diversos pensamentos religiosos, filosóficos e políticos, que falam idiomas diferentes, que pertencem a raças diferentes e que representam hoje em dia, quase todos os países do mundo. O Rotary deve estar na vanguarda dessa evolução. Seus sócios devem estar preparados para projetar uma liderança especial no seu território.
O escritor nova-iorquino Michael Lerner (citado por Guy Sorman no "O mundo é a minha tribo"), diante do fenômeno do multiculturalismo, debate essencial de nossas sociedades, pergunta: "De que forma cultivas a própria identidade e compartilhas simultaneamente um fundo de valores universais?"
O Rotary tem uma resposta para colaborar nessa grande tarefa, resposta simples, não dogmática nem exclusiva, que é dada pelo valor universal que inspira a nossa ação:"dar de si antes de pensar si".
A imaginação, o valor e a ação desinteressada dos rotarianos de todo o mundo são os responsáveis para que o Rotary siga sendo universal e moderno, como tem sido até agora.
Não nos devem impressionar os novos desafios, uma vez que como organização mundial ou como um clube modesto nos confins do planeta, temos os elementos necessários para que nossas ações e nossas tribunas sejam portadoras de um critério moderno para um mundo cada vez mais informado e com maiores exigências, porém, sempre com a mesma necessidade de receber uma mensagem de autêntica solidariedade humana.

(*)O autor é doutor em Direito e Ciências Sociais
e governador do D.4980(Uruguai).
Traduzido por Enrique Perez Irueta, sócio do RC do
Rio de Janeiro, RJ(D.4570) e conselheiro da Brasil Rotário.

Fonte: http://www2.brasil-rotario.com.br/revista/materias/rev922/e922_p3.html

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